Ele 32.
Qual seria a lógica desse relacionamento? Nenhuma talvez, talvez.
Desiludida no amor, Eduarda, já não andava com o nariz empinado pelas ruas, andava curvada, guardando sua tristeza só pra si. Acontece que ela já não aguentava mais sua situação. Sentia falta daquela menina alegre, de nariz empinado, lírica e apaixonada pela vida. Mas, só uma nova paixão curaria essa dor do peito...
Há três meses Duda vinha notando um homem que pegava o mesmo ônibus que ela na volta do colégio. Ele era do jeito que atraía seu olhar. O corpo esguio de alguma forma trazia lembranças do seu ex, o cabelo cacheado, o rosto assimétrico, fino, as mãos grandes e magras, o estilo, o cheiro, tudo nele era perfeito na concepção dela. Ela por pura diversão ficava observando, imaginando nome, profissão, idade.
Idade.
Véspera de feriado, trânsito atolado e ele entra no ônibus. Um só banco está vago, e Duda está ao lado dele. Como sempre, só dele entrar no veículo seu cheiro já invadia o ambiente.
Sim, os dois ficaram lado a lado o trajeto todo.
E não, os dois não ficaram quietos o trajeto todo.
A conversa, que partiu dele fluiu de um jeito inimaginável, aliás, a energia entre os dois fluiu. Mas chegando no terminal, cada um para seu lado e au revoir. Duda ficou o dia inteiro pensando na conversa dos dois e sentindo aquele perfume maravilhoso. Conversa boba, sem maiores intimidades, apenas comentando o caos que a cidade fica em dias como aquele, mas para ela, era um máximo!
Após o feriado eles se reencontraram, e surpresa! Ele sentou-se ao lado da menina.
Conversaram.
Passaram-se duas semanas e meia para Eduarda perguntar o nome dele, Victor.
Mais duas semanas, e ele convidou-a para tomarem um café juntos, já que a conversa no ônibus ficava cada vez mais interessante. Marcaram às quatro horas em um café próximo do trabalho dele. Após comerem, foram passear a beiramar. Sentaram-se ali conversaram por muito tempo. Duda se encantava cada vez mais por ele e vice-versa, a energia, os olhares e os toques, tudo combinavam perfeitamentecom o lindo pôr-do-sol que se desenhava no horizonte.
Até que Victor pegou a mão de sua companhia e falou:
- Quantos anos você tem?
- Dezesseis - respondeu a menina meio assustada com a pergunta - Por quê?
- Tu tens problemas com homens mais velhos?
- Não, mas por quê? Quantos anos tens? - Insistiu ela já meio impaciente.
- Trinta e dois - ele falou com tom de preucupação
Duda ficou totalmente sem reação, somente deixou sua mão entre as mãos esguias de Victor e se deixou ser abraçada por ele. O envolvimento dos dois nessa altura já era inevitável, mas no moralismo da garota isso não era permitido. Ela se despediu rapidamente e foi pra casa. Após uns dois dias evitando pegar o mesmo horário de ônibus que o homem e não atendendo as ligações dele, Eduarda pos na cabeça que ela precisava disso, de um amor novo, de um homem mais velho e que fugir seria ainda pior. Não ligou, nem atendeu as chamadas, apenas voltou para o mesmo ônibus. A cara do amado ao vê-la, iluminou seu dia. E naquela tarde não houve trabalho que impediu dos dois ficarem juntos, ele ligou para a empresa e deu uma desculpa qualquer. Ele assim como ela, precisava de uma tarde inconsequente ao lado de uma pessoa especial.
E assim partiram os dois para uma praia e ficaram lá, sem fazer nada. Estarem juntos já bastava. Duda, sentia-se totalmente realizada, fora da "sua lei", feliz, voltando a ver poesia na vida. E Victor estava sentindo algo inédito em sua vida, havia se deixado seduzir por uma adolescente de 16 anos.
Os carinhos, as fofuras, os apelidinhos, os segredos, as músicas, as diferenças, toda essa loucura fazia dela a pessoa mais feliz do mundo naquele momento.
E de tanta felicidade, isso continua até hoje e continuará até o infinito se depender da boa vontade de ambos.
[Laura Freitas]
[esse posso postar aqui.]
2 comentários:
Oh! Um final feliz... por essa eu não esperava!
xD
Huahauahuahau...
Beijinhos
escrevesse minha vida de uma maneira onde so ha perfeiçao e fantasia..
bem que podia ser assim ne?!!
Postar um comentário